"O sacerdote oferecerá a Deus, o Senhor , o sacrifício para conseguir o perdão de pecados, e o homem será perdoado de qualquer pecado que tiver cometido". Levítico 6:7
"Contudo, essas cerimônias de sacrifícios promovem, todos os anos, uma recordação dos pecados, porque é impossível que o sangue de touros e bodes remova pecados..." Hebreus 10: 3-4.
Está escrito no Novo Testamento que os sacrifícios (holocaustos) não tinham poder de purificar uma pessoa. Já no Antigo Testamento está dito que a pessoa seria perdoada após o oferecimento dos holocaustos. Será que existe incompatibilidade entre os dois textos? Acredito que não.
Há uma GRANDE diferença entre ser perdoado e ser purificado do pecado. Nós temos o dever de perdoar quem nos ofende, mas não temos poder NENHUM de purificar o ofensor.
O perdão livra a pessoa da PENALIDADE mas só a PURIFICACAO restaura a COMUNHÃO COM DEUS.
Entendo que esse perdão, mencionado no antigo testamento, é um perdão perante a sociedade , uma forma de reabilitação. A pessoa poderia andar de cabeça erguida e poderia se sentir reinserida com dignidade em sua comunidade. Essa era uma forma de não deixar as pessoas destruírem completamente o seu nome e o seu futuro por causa de um erro do passado.
Só hoje entendo que era uma lei muito amorosa, ao mesmo tempo em que forçava o sujeito a se perguntar se valia a pena derramar sangue inocente por um prazer tão momentâneo e tão desprezível . Os holocaustos eram, portanto, marcadamente educativos, pois faziam as pessoas enxergarem melhor a gravidade e o resultado do que fizeram.
Todo pecado que cometo será pago - por mim ou por alguém que não tem nada a ver com a história. Por isso que todo pecado é injustica, pois mesmo ele parecendo inofensivo e particular, resulta sempre em alguma forma de injustica.
Vejo que essa era uma forma bem carinhosa de resgatar , perante a sociedade, o sujeito caído. E não só perante a sociedade mas perante ele mesmo. Há pessoas adoecidas por não conseguirem perdoar a si mesmas. Então os holocaustos eram também terapêuticos.
Mas tudo aquilo não tinha nenhum valor espiritual de purificação. Não limpavam a pessoa diante de Deus. Apenas apontavam para a gravidade do mal e para Jesus, o Cordeiro de Deus que nos dignificaria diante do Pai.
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