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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Coragem





"Então Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze discípulos. Judas foi falar com os chefes dos sacerdotes e com os oficiais da guarda do Templo para combinar a maneira como ele ia lhes entregar Jesus. Eles ficaram muito contentes e prometeram dar dinheiro a ele. Judas aceitou e começou a procurar uma oportunidade para entregar Jesus a eles, sem que o povo ficasse sabendo". Lucas 22:3-4


Não acredito que por ter sido "cheio de Satanás" Judas tenha feito algo que jamais desejou fazer. Estou certa de que ele não foi forçado a nada. 

Essa situação é semelhante à bebida: ela só nos dá coragem de fazer aquilo que na verdade já queríamos fazer. A pessoa gesta o pecado e, quando o acalenta, está dando lugar ao diabo. Ele, por sua vez, tenta a pessoa e a enche de coragem para fazer aquilo que  ela na verdade já havia fantasiado no oculto da sua mente. Talvez  ela tenha recriminado a si própria. Talvez tenha sentido um certo remorso por se ver desejando aquilo, mas que desejou, desejou.

Pensando nisso acabei de lembrar de algo bem interessante: a Palavra de Deus nos diz que não devemos nos embriagar com o vinho, no qual existe discórdia, mas ao invés disso devemos nos ENCHER DO ESPÍRITO. 

Certamente o Espírito de Deus opera em nós a vontade de Deus. Mas só se nossa vontade for essa. Ele não nos obriga a nada. Ele não obrigou Pedro a se tornar um mártir. O próprio Pedro disse um dia, do fundo do seu coração, que seguiria Jesus até a morte e daria a sua vida por ele. Naquele momento ele não tinha condição nenhuma de fazer isso mas era verdadeiramente a sua vontade mais sincera. Um dia o Espírito o tornou capaz disso.

Se quisermos, se orarmos pedindo que Deus opere sua vontade em nós, passaremos a desejar ardentemente fazer a vontade de Deus. Só que essa vontade fica muitas vezes "encubada" , sem condições de vir à tona. Falta a coragem, como faltou a Pedro antes do Pentecostes. 

Se formos cheios do Espírito faremos todas aquelas coisas que são vontade de Deus e que sempre sonhamos em fazer mas nunca tivemos coragem. "Embriagados do Espírito" teremos a ousadia necessária. 

Mas qual é a nossa sincera vontade hoje? Há algo lá dentro que você quer fazer mas nunca teve a ousadia suficiente para pôr em prática? Encha-se do Espírito que a coragem vem. "É Deus quem opera em nós tanto o QUERER quando o REALIZAR, segundo a sua boa vontade."

Cristina Faraon

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ilusões


Ezequias respondeu: “ — Fazer a sombra avançar dez degraus é fácil! Eu quero é que ela volte dez degraus.” Então Isaías orou a Deus, o Senhor, e ele fez a sombra voltar dez degraus na escadaria feita pelo rei Acaz.”

Bem interessante perceber o tipo de prova que Ezequias fez com Deus. Como se para nós fosse possível adiantar as horas, mas retroceder não. Retroceder as horas é "coisa pra Deus". Ora, tanto uma coisa quanto outra são absolutamente impossíveis aos seres humanos.

Por causa desse tipo de raciocínio equivocado é que nós temos muita coragem para orar pela cura de uma dor de dente mas pensamos duas vezes antes de orar por uma cura de AIDS. Porque também pensamos que umas coisas dão mais trabalho a Deus do que outras. É fácil converter um religioso equivocado mas é difícil converter um ateu. Será? As duas coisas são absolutamente impossíveis aos homens. Pode ser mais fácil "vencer uma discussão" com um religioso do que com um ateu, mas uma coisa é verdade: vencer discussão não converte ninguém. Não quer dizer nada!

São muitas as nossas ilusões. Somos iludidos também quanto ao tempo. Ficamos horas tentando entender como é que Deus "já sabia isso ou aquilo" ou se ele teria "esquecido" dos nossos pecados cometidos há vinte anos atrás. Ora, quem está inserido no tempo somos nós! Nós, que estamos no planeta terra. O tempo não existe, é uma ficção. Para Deus tudo é presente!





terça-feira, 2 de setembro de 2014

O teste

  
Quando o fariseu viu isso, pensou assim: “Se este homem fosse, de fato, um profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida de pecado que ela leva.”  Jesus então disse ao fariseu: — Simão, tenho uma coisa para lhe dizer...” Lucas 7:39


Aparentemente Simão era um homem cuidadoso e sincero. Preferia analisar as coisas a se precipitar. Dentro dele havia uma inclinação e um medo; uma dúvida e um desejo.  Convidou Jesus para uma refeição – não para tenta-lo! Mas para entende-lo, conhece-lo melhor. Queria, sinceramente, saber se Jesus era mesmo o enviado de Deus ou não.  Só que para chegar a uma conclusão utilizou um parâmetro completamente equivocado. Pobre Simão... 

Parece-me que havia uma certa tristeza na frase de Simão. Ele tinha se animado com a ideia de que Jesus poderia ser, afinal de contas, o Messias. De repente, a decepção:  “Poxa, se ele fosse profeta saberia quem é essa mulher. Se ele não a rejeita é porque não sabe quem ela é e se não sabe, então não é profeta coisa nenhuma. Eu me enganei.”

Fico encantada com a sensibilidade atenciosa de Jesus. Um desapontamento desse em alguém sinceramente inclinado para o Bem não poderia ficar sem cuidado!  Jesus é tão maravilhoso, mas tão maravilhoso, que não pôde deixar uma pessoa sincera - embora equivocada - sem resposta. Ele então dirigiu-se especialmente e atenciosamente a Simão e lhe explicou algo importantíssimo: 

“Simão, tenho uma coisa para lhe dizer:
— Fale, Mestre! — respondeu Simão.
Jesus disse:
— Dois homens tinham uma dívida com um homem que costumava emprestar dinheiro. Um deles devia quinhentas moedas de prata, e o outro, cinquenta, 42mas nenhum dos dois podia pagar ao homem que havia emprestado. Então ele perdoou a dívida de cada um. Qual deles vai estimá-lo mais?
 — Eu acho que é aquele que foi mais perdoado! — respondeu Simão.
— Você está certo! — disse Jesus.
Então virou-se para a mulher e disse a Simão:
— Você está vendo esta mulher? Quando entrei, você não me ofereceu água para lavar os pés, porém ela os lavou com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me beijou quando cheguei; ela, porém, não para de beijar os meus pés desde que entrei. Você não pôs azeite perfumado na minha cabeça, porém ela derramou perfume nos meus pés. Eu afirmo a você, então, que o grande amor que ela mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado.”

Agora sim Simão pôde entender o que estava acontecendo! 

Que maravilha! Quando Jesus encontra uma pessoa que realmente quer conhece-lo, que tem questionamentos não maliciosos mas sinceros, ele pára tudo para dar-lhe atenção. 

“Quem em ti confia não ficará confundido”.

Mas mais adiante, na mesma ocasião, vemos outras pessoas também com uma interrogação na cabeça:

“— Que homem é esse que até perdoa pecados?
 Mas Jesus disse à mulher:
— A sua fé salvou você. Vá em paz.”

Interessante: a estes Jesus ignorou. Eles foram embora com a mesma pergunta. Talvez tenham morrido sem uma resposta. Jesus não se dignou a lhes dar a mesma atenção que deu a Simão. Por quê? Certamente porque viu que não havia em seus corações um desejo sincero de entender os caminhos de Deus. Não havia devoção ou simplicidade. Queriam apenas criticar e apontar defeitos, então foram deixados de lado. É como disse o poeta Chico Buarque: 

"A vida passou na janela e só Carolina não viu..."

A Vida passou por eles mas eles nem perceberam!