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domingo, 17 de abril de 2016

Disciplina & Liberdade



 Há uma música do Legião Urbana que diz que "disciplina é liberdade". Verdade. 

Jesus disse que "se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres".

Quando pensamos em LIBERTAÇÃO, geralmente nossa mente é capturada para as coisas espirituais e misteriosas.  Libertação espiritual seria tão somente ficar livre de espíritos maus. Somos tolos quando pensamos que nosso maior inimigo está do lado de fora. Nosso maior inimigo não é o diabo: somos nós mesmos. De forma que se o meu espírito é prisioneiro de maus hábitos, tenho que me preocupar mais com o "meu espírito mau" do que com o diabo.

É um grande erro imaginar que ter liberdade é estar livre da disciplina. O que ocorre é exatamente o contrário: a falta de disciplina nos escraviza. O indisciplinado se limita a sonhar e desejar, mas está amarrado a maus hábitos e incapacitado de alcançar qualquer coisa. Liberdade começa com disciplina.
  
Voltemos: Jesus disse que se ele nos libertasse, seríamos verdadeiramente livres. Então tenho certeza de que parte da obra de Deus em minha vida tem a ver com me ensinar a ter disciplina pois não existe liberdade sem isso. Um exemplo:   Jesus disse que a verdade liberta. Isso implica em que para sermos livres através do conhecimento da verdade precisamos ter disciplina para encontrar tempo de ler, de pesquisar, de se informar, de refletir, de buscar a Deus. Se não temos disciplina nem para meditar nas palavras de Cristo e refletirmos em nossos próprios atos, como esperamos que a verdade nos liberte? 

Devo relacionar disciplina também com auto controle, auto determinação. É quando eu digo a mim mesma o que eu quero alcançar e tenho consciência do que fazer para chegar ao alvo. Aí então tenho poder sobre mim mesma para caminhar naquela direção e  atingir meu objetivo.  Isso é também obra de Deus em mim.  Em Gálatas 5 vemos que o domínio próprio é uma das provas de que o Espírito de Deus está agindo em mim. É um fruto do Espírito.

Consagração a Deus é disciplina, não uma mágica que nos atinge quando alguém ora colocando as mãos em nossa cabeça.

Hoje em dia consagração e disciplina estão sendo relacionadas com religiosidade. Infelizmente essas duas virtudes cristãs estão sendo desprezadas mesmo tendo sido tão valorizadas pela palavra de Deus.  Os servos mais usados por Deus na Bíblia foram pessoas disciplinadas. 

Sem disciplina ninguém chega a lugar nenhum nem na vida secular nem na vida espiritual. 

Repetindo:  DISCIPLINA é DOMÍNIO PRÓPRIO e esse é um fruto do Espírito.  

"Fruto do Espírito" é o termo que se dá a evidência de que meu ser está sendo dirigido e profundamente influenciado pelo Espírito Santo de Deus.


sexta-feira, 15 de abril de 2016

Jejum

Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem?
E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão.    Lucas 5:33-35



Há momento para tudo. Esse texto deixa claro que o jejum é bem-vindo em momentos críticos da nossa vida. Situação de sofrimento, apreensão, necessidade de mais sensibilidade espiritual... Jesus jejuou no deserto aparentemente para estar em comunhão mais profunda com o Pai. Jesus também "receitou" jejum e oração para casos de guerra espiritual, luta contra certos tipos de demônios.

domingo, 10 de abril de 2016

Lucas 5

Vejo aqui algumas lições bem interessantes:

1-  Primeiramente vemos Jesus sendo o tempo todo assediado por pessoas que queriam ouvir seus ensinamentos. Jesus estava pregando na praia. Enquanto fazia isso podemos notar que outras pessoas trabalhavam, alheias ao que ele estava dizendo. Simão "não estava nem aí". Enquanto um monte de gente "perseguia" Jesus, Simão preferiu cuidar da sua vida, ganhar seu sustento. De um lado, pessoas aparentemente muito interessadas em seguir Jesus e do outro lado pessoas que pareciam mais interessadas em cuidar da própria vida. Bem, o coração de Jesus se inclinou para a direção de Simão. Não nos parece estranho? Se eu estivesse lá naquela ocasião, certamente acharia estranho. Mas agora, distanciada no tempo, tenho que admitir uma coisa: Simão Pedro deu sua própria vida por amor a Jesus e ao Evangelho enquanto aquelas pessoas, aquela multidão toda... talvez não. Nem sabemos seus nomes. Não se destacaram em nada e, quem sabe, estavam entre aqueles que gritaram "crucifica-o!"    Jesus vê o coração. Muitas pessoas parecem seguidoras, parecem interessadas, mas não passam de curiosas ou de buscadores de milagres. Enquanto isso há aqueles que aparentemente "não estão nem aí" mas que lá dentro, no fundo do coração, anseiam ter um encontro com Deus e dariam a própria vida por Jesus. Deus vê o coração. Nós só vemos exterioridades enganadoras.

2-  No verso 8 vemos Simão perplexo com o milagre da pesca. Ele caiu aos pés de Jesus e exclamou "Senhor, saia daqui! Saia de perto de mim porque sou pecador, sou sujo! Não mereço essa proximidade!"   Enquanto isso, em outras ocasiões, vemos os tais "devotos" pedindo ao Senhor sinais. "Senhor, qual o milagre que o senhor vai fazer para que creiamos?"   Nas multidões não existem apenas curiosos e buscadores de milagres; há também os cobradores. Aqueles que já chegam "cheios de moral" pedindo atenção, exclusividade, cobrando, determinando. Só que os verdadeiros adoradores, o verdadeiro servo, a verdadeira ovelha, tem uma postura completamente diferente: "Senhor, eu não mereço nada! Eu não passo de um pecador! Só de meus olhos terem te visto já me sinto imensamente agraciado! Não tenho nada a pedir, só quero te adorar!"

Nos versos 27 e 28 vemos a mesma coisa acontecer com Levi, que estava trabalhando no seu canto. Não estava indo atrás de Jesus, mas Jesus foi ao seu encontro, o chamou e ele o seguiu. Sem conversa, sem questionamentos, sem pedidos de garantia de vida ou de milagres.

Entendeu agora porque Jesus deixou todas aquelas pessoas ali e foi puxar conversa justamente com alguém que parecia indiferente à sua presença? Jesus não olha as aparências. Antes de qualquer atitude, acertada ou não, Ele já sabia quem era Simão e do que ele seria capaz de fazer por amor.



quarta-feira, 6 de abril de 2016

Cálice da ira

Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.Apocalipse 14:10

Essa expressão é bem comum na Bíblia. É repetida em vários livros, inclusive Salmos e Apocalipse. Eu a considerava meio estranha, até mesmo imprópria, porque estava acostumada a ver o vinho ser mencionado na Bíblia como símbolo de alegria, de algo bom (em Eclesiastes, por exemplo, e também no primeiro milagre de Jesus). Mas refletindo a respeito cheguei à seguinte compreensão:   "beber do vinho da sua ira"  nada mais é do que perder o bom senso como alguém que se embriaga. Penso que é essa, no caso, a simbologia do vinho.  

Uma maneira de castigar o impenitente é simplesmente retirando dele o bom conselho, a sensatez.  A pessoa embriagada a si mesma se humilha e só toma decisões estúpidas. Pode facilmente ser manipulada.  O bêbado prejudica-se a si mesmo, ele é o seu próprio castigo.  

A maior bênção do Senhor é a sabedoria, o bom conselho, a direção do Espírito Santo. Mas quem insiste na rebeldia ficará sem essa bênção.  Quem bebe do vinho da ira do Senhor  sofrerá muitas quedas até aprender o caminho da submissão.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Lucas 2:41-52


Esse é o famoso episódio de "O Menino Jesus Entre os Doutores". Muito já se tem falado a respeito de "perder Jesus durante a caminhada da vida". É, isso acontece. Perde-lo de vista , ir distanciando aos poucos, distraidamente, enquanto supomos, preguiçosamente, que ele está por perto, por aí, ainda que não mais o sintamos. Acontece...    Mas dessa vez foi outro aspecto do texto que me tocou.

Maria e José Estavam já perfeitamente cientes da missão da qual foram incumbidos: cuidar de Jesus. Do precioso Jesus, o filho de Deus, o Messias. Fico imaginando o peso de responsabilidade que eles sentiram. Não dá pra saber exatamente como lidaram com essa missão mas se fosse eu, certamente ficaria tensa a cada brincadeira, cada pequeno risco à saúde. Afinal, eles tinham uma grande responsabilidade. Aí aconteceu algo desconcertante: Jesus sumiu.

Quando a gente recebe de Deus uma missão, supomos que precisamos controlar tudo, saber de tudo, dar conta de tudo. Supomos que Deus vai nos cobrar esse tipo de eficiência, quando na verdade tudo o que ele requer é que façamos nossa parte com amor.  

Esse episódio nos mostra que se estamos fazendo a obra de Deus, por mais importância que nossa atribuição pareça ter, por maior que seja a nossa responsabilidade, nós não controlamos tudo.  Jamais.  E Deus sempre fará coisas "sem nossa permissão",  sem dar satisfações. Por mais que sejamos íntimos dele nem tudo passará pelo nossos olhos. Não temos o controle e isso deve ficar bem claro. Frequentemente as coisas acontecerão independentemente de nós. A gente ora, a gente aconselha, procura ajudar, faz o que pode durante anos, mas depois constata que a rosa floresceu em outro jardim, por mãos de outro jardineiro que nem conhecíamos. Não acontece isso às vezes?

Ou para o bem ou para o aparente mal, as coisas acontecerão de tal forma que farão você se sentir "desimportante". É bom que seja assim.  Porque "a altivez precede a queda mas a humildade precede a honra." 

 Não devemos nos afligir por termos perdido o controle sobre  a obra de Deus.  Na verdade jamais tivemos esse controle!   O vento sopra onde quer, mas não sabemos de onde ele vem nem para onde ele vai.

Quando "Jesus sumir" e fizer coisas "por conta própria", dê glória a Deus! Isso tira um enorme peso de responsabilidade dos seus ombros. Além do mais a gente aprende também que quando parecer que nada está acontecendo pode ser que Jesus esteja aprontando maravilhas que ainda não nos contou.

É um alívio não ter o controle de tudo.