Há questões aparentemente bem controversas na Bíblia. O assunto que vou tentar desenvolver é um deles. Não se trata de uma tese. É apenas uma exposição de como percebo esse assunto HOJE. Amanhã talvez eu pense diferente ou quem sabe apenas me limite a descartar o que digo hoje.Em Êxodo 20: 5,6 está escrito que “…Deus visita a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que o aborrecem e faz misericórdia até mil gerações daqueles que o amam e guardam seus mandamentos”.
“Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”. Êxodo 20:5-6.“Tu usas de misericórdia para com milhares e retribuis a iniqüidade dos pais nos filhos; tu és o grande, o poderoso Deus, cujo nome é o SENHOR dos Exércitos” Jeremias 32:18.
Pra começar: Deus não castiga os filhos pelos pecados dos pais. Não existe "pecado hereditário". Quanto a isso eu concordo com o pensamento expresso nesse link: http://novotempo.com/namiradaverdade/existe-o-pecado-hereditario/
O que vejo é que desde Adão parece que certas decisões, ou práticas de vida, nos transformam profundamente. Geneticamente? Parece que sim mas seria arriscado demais entrar na seara científica. Mas o que parece é que nos transformam duma forma misteriosa possibilitando que a alteração seja herdada - ou que afete a geração seguinte.
Vejamos: em Adão todos se tornaram pecadores. Por quê? Porque ele, sendo pai de toda a raça humana, tinha em si "os genes de todo mundo" (digamos assim, em linguagem bem leiga e simplória). Será que esse fenômeno aconteceu apenas no Éden?
Parece mesmo que cada pessoa tem a capacidade de expandir suas características para gerações posteriores. E o mais interessante: temos a escolha de fazê-lo ou não. E mais: o que chamamos de "perdão dos pecados" pode significar uma limpeza muito mais radical do que supúnhamos.
"Então se levantou Finéias, e fez juízo, e cessou aquela peste. E isto lhe foi contado como justiça, de geração em geração, para sempre. Salmo 106:30-31.
Portanto, estou enviando a vocês profetas, sábios e escribas; a uns deles vocês vão matar e crucificar e a outros vão açoitar nas sinagogas sinagogas e vão persegui-los de cidade em cidade; para que sobre vocês caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que vocês mataram entre o santuário e o altar. Certamente afirmo que todas estas coisas serão cobradas esta geração. Mateus 23: 34-36
A sua semente será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada. Salmo 112:2
Podemos observar que sutilmente a Bíblia parece nos permitir entender assim. Veja que as pessoas que buscaram a Deus "lá no começo do mundo" expandiram certas características suas para a posteridade, querendo ou não. Isso fica bem delineado quando lemos as genealogias. Os personagens mais corretos e piedosos geraram pessoas que se destacaram exatamente nessas características. Desde Sete, Enos etc, vemos que os personagens mais envolvidos com Deus vinham de uma mesma linhagem na qual seus antepassados optaram por reverenciar a Deus e eles mesmos geraram pessoas muito abençoadoras.
Por outro lado a linhagem de Caim, de Edon e de Can, como foi? Foi exatamente da descendência desses homens que surgiram povos cruéis, idólatras e que infernizaram por muito tempo os hebreus. Can, ou Cão, foi o pai de Canaã. Canaã se tornou justamente a "terra prometida", o lugar a ser conquistado e a ter sua cultura apagada da história. Por quê? Porque era uma cultura cruel, idólatra, ocultista.
Não vou fazer um estudo exaustivo a respeito disso. Qualquer um pode pesquisar isso na Bíblia e ver que tem sido assim.
Parece que pender para o mal é muito mais sério do que costumamos pensar. Uma pessoa que faz o mal pode repassar esse "vírus" por muito tempo para as gerações seguintes. "Deus visita a maldade dos Pais nos filhos até a terceira e quarta geração e faz misericórdia até mil gerações daqueles que lhe obedecem". Mas essa "visita" é uma visita de amor. É quando Deus dá a chance daquela maldade se manifestar para que seja destruída. Cada vez que descobrimos em nós características negativas de nossos pais, podemos renega-las ou reforçá-las. Então quanto Deus "visita a maldade" é para remexer e curar, não para punir uma geração pelo crime da outra.
Tudo que Deus faz é por amor.
Obviamente para o ímpio tudo o que Deus faz parece injusto. É o Espírito Santo quem nos revela a "boa, agradável e perfeita vontade de Deus" e é ele quem nos convence "do pecado, da justiça e do juízo". Então se o Espírito não convencer o ímpio ele sempre verá injustiça onde só havia amor. "... sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso" - Romanos 3:4.
Há leis na natureza que não se discute nem se muda. É tolice protestar contra elas. As coisas são como são. Há leis espirituais, ao contrário do que muitos pensam. O mundo espiritual não é caótico.
Deus é bom. Nossas melhores características perduram por muito mais tempo do que as más. É o que lemos no texto sagrado. Além do mais, em cada geração Deus nos dá a chance de "matar a doença" da geração anterior. Isso não tem nada a ver com aquela coisa meio mágica de "maldição hereditária". Cristo quebrou na cruz todas as maldições (no sentido de condenação) que pesavam contra nós. Aqui se trata de característica genética, familiar, que constatamos todos os dias. Não há nada de sobrenatural ou maligno nisso. O sobrenatural está na cura, na interferência de Deus. O Diabo não tem nada a ver com isso. Vemos na Bíblia que isso parece ser possível devido a imensa misericórdia de Deus. Nada determina nosso destino. A cada dia podemos escolher entre seguir os caminhos dos nossos pais ou não, pois temos uma consciência. E cada escolha dessa pode neutralizar algo em nós. Neutralizar ou reforçar, dependendo da escolha.
Com nossa atitudes podemos ADERIR à conduta dos nossos ancestrais e nos tornarmos condenados juntamente com eles (ainda que não façamos exatamente o que fizeram) ou podemos quebrar essa cadeia. Veja se não é isso que o texto abaixo sugere:
"Ai de vocês, escribas e fariseus, hipócritas! Porque edificam os sepulcros dos profetas e enfeitam os monumentos que foram construídos em homenagem àqueles justos e depois vocês dizem: "Ah, se a gente existisse naquela época nunca nos associaríamos aos assassinos deles para derramar o sangue dos profetas." Com isso vocês são testemunhas contra vocês mesmos e não deixam dúvidas de que são filhos daqueles assassinos. A verdade é que vocês completam o que eles começaram, fazendo transbordar o copo que eles começaram a encher. Serpentes, raça de víboras! Como podem achar que vão escapar da condenação do inferno? Mateus 23:29-33 Em outro livro Jesus ironiza dizendo que "os pais de vocês matam e vocês constroem o túmulo. Só estão continuando a obra que eles começaram." Eles devem ter ficado com ódio.Ou seja: quando eu dou continuidade ou concordância aos mal-feitos dos meus antepassados, espiritualmente eu ADIRO a eles.
Veja que naquele momento os escribas e fariseus não estavam matando ninguém! Mas para Jesus, que percebe o coração das pessoas, ele sabia que tais homens abrigaram dentro do si o mesmo "vírus assassino" que existia nos pais deles, tornando-se dessa forma tão assassinos quanto eles. Eles abrigavam em si inveja, ódio, ciúme, raiva de ouvir a verdade e indisposição para o arrependimento. Na presença de Jesus seria a ocasião perfeita para eles quebrarem aquela corrente maligna que os associava aos pecados dos seus pais. Mas isso não aconteceu e Jesus disse que eles se tornaram CÚMPLICES do que os seus antepassados fizeram.
Parece estranho? Bem, são leis espirituais. E perceba o quanto é generoso da parte de Deus nos dar a chance numerosas vezes nas várias gerações seguintes de "tirarmos nosso nome do rol desse processo de condenação". Isso é "visitar a maldade". Que visita benigna!
Isso é muito sério. Quando não "matamos" (através da confissão e da mudança de atitude) o vírus do mal, a condenação dos nossos pais é visitada em nós. Não poque tenhamos feito a mesma coisa exteriormente mas porque ao ADERIRMOS À CONDUTA DELES com as mesmas atitudes, tomamos para nós a mesma condenação. Creio que a conversão seja a quebra disso tudo. Os fariseu não tiveram simplesmente a chance mágica de "quebrar a maldição". Eles tiveram a chance de se converterem e serem perdoados. Aí Jesus apagaria tudo! Mas a falta de arrependimento nos liga a uma enorme cadeia de condenação.
Bem, é isso o que me parece lendo esses textos. O que, por fim, fica ressaltado é a imensa paciência e misericórdia de Deus que a cada geração, e por séculos, todos os dias, nos dá a chance de quebrar o mal e nos dá a oportunidade de abençoarmos a geração seguinte. As misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã!
Não há mal sem cura - se quisermos nos curar do mal. Graças a Deus que nos dá a vitória por nosso senhor e salvador Jesus Cristo.
Você concorda com essa interpretação?
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