Não devemos ficar tristes quando não conseguimos fazer para
Deus tudo aquilo que invencionávamos fazer. Quantos planos nós temos! Quanta
vontade sincera! quanto esforço!
Ele sabe disso. Ele sabe!
Entendamos que algumas obras são longas demais, não cabem em uma vida. Outras ainda requerem características de seus executores... que nós não temos! Paciência. Posso querer ser uma cantora de sucesso
mas se sou muda isso não será possível.
É verdade que Deus pode mudar quem eu sou e me transformar em outra pessoa com outras características e dons. Pode, mas não vai fazer isso! Porque quando ele me fez como fez ele gostou do que fez. Eu sou uma boa ideia de Deus, e se não sou talhada para aquilo que quero fazer, talvez seja porque a obra de Deus para mim seja outra. Talvez eu apenas tenha que parar de querer ter a vida que os outros tiveram.
Algumas vezes tudo o que nos cabe é criar a base para que o
nosso sucessor faça o que não pudemos ou para que ele complete o que começamos.
A igreja é um corpo. Não adianta os braços quererem fazer
tudo sozinhos. Há tarefas que só as pernas podem fazer, ou só os olhos, ou só
as costas. E Deus não precisa transformar braços em olhos para completar o que ele quer. Na hora certa ele alterna as pessoas, os dons, as suas "ferramentas". Alguns são ótimos para implantar mas péssimos para gerenciar. Então ele implanta mas Deus coloca outro em seu lugar para tocar a obra adiante. Eu já vi isso.
Porém o corpo é só um. Quando o corpo faz, devo me alegrar porque
ainda que o trabalho não tenha sido feito diretamente por mim, certamente faço
parte do corpo de executores.
Davi não se entristeceu quando Deus disse que ele não iria construir o templo. Deus tem lá seus motivos e, ao invés de discutir, Davi tomou providências para que nada faltasse àquele que iria fazer o que ele não pôde fazer.
Nossos descendentes são bênçãos. Serão eles, quem sabe, darão
continuidade àquela obra da qual só conseguimos lançar os fundamentos.
E pensando bem... de certa forma Davi construiu o templo sim. Ele se alegrou
pela fé no que haveria de vir da mesma maneira que Moisés se alegrou no alto do
monte ao ver a campina do Jordão. Ou que Abraão se alegrou com sua incontável descendência quando tudo o que tinha consigo era um menino.
Não fomos chamados a nos alegrar apenas com aquilo que nossos olhos podem ver. O justo viverá pela fé. E pela fé nada do que fizermos estará incompleto. Sempre haverá uma continuidade, ainda que não a presenciemos.
Cristina Faraon
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