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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

"Bom testemunho" - Esdras 6



Algumas pessoas acreditam que para "dar bom testemunho" e "convencer os outros" precisamos exibir uma vida que seja "só sucesso". Mas isso não é verdade e uma mentalidade dessa só leva o povo à vaidade, exibicionismo e porfia.

Nesse episódio da história de Israel, vemos que eles estavam passando ainda por uma fase de muita dificuldade e humilhação. Embora muitos deles já estivessem retornado à terra, quando lá chegaram encontraram tudo destruído. Além do mais eles eram pobres e estavam estavam cercados de inimigos. Ainda assim, por algum motivo "misterioso", os reis Ciro, Dario e Artaxerxes (e antes deles o próprio Nabucodonosor) se converteram ao Deus verdadeiro. Os reis Ciro e Dario fizeram o possível para reerguer a nação. Deram todo o apoio. Aqui nessa passagem vemos o rei Dario ordenando que tudo fosse feito para reconstruir o templo de Jerusalém. O rei confessou que queria que os judeus buscassem a Deus e orassem por ele e pelos seus familiares. Por algum motivo ele reconheceu que o Deus de Israel era mesmo o todo-poderoso. Ele reconheceu o poder de Deus mesmo na tribulação do povo de Deus e não em demostrações efusivas de vitórias e riqueza.

O coração do homem tem seus próprios caminhos. Só Deus conhece. Esse rei se converteu não porque tenha visto os judeus vencerem batalhas difíceis. Ele foi tocado, provavelmente, pela severidade e amor de Deus. Deus castiga mas ao mesmo tempo conserva, converte e re-ergue. Em suma: Dario se converteu porque o povo se converteu.

Deveríamos buscar mais conversão ao invés de exibição de prosperidade. Ao invés de estarmos tão preocupados com a conversão dos outros, deveríamos estar mais concentrados na nossa própria conversão porque conversão é algo contagioso. Quando o povo de Deus se converte, quem está próximo tende a ser tocado também.

O povo, ao ser questionado a respeito do que estava passando, dizia  e confessava que estavam cientes de que toda a desgraça que sobre eles se abateu foi por castigo de Deus. Eles pecaram. Ao contrário do que se acredita hoje, não é só o sucesso mas principalmente a piedade, a contrição, o arrependimento, a mudança de vida, a submissão à vontade de Deus, o reconhecimento dos próprios erros, o testemunho próprio sem enfeites, essas sim são coisas que comovem e representam bom testemunho.

O bom testemunho é a VERDADE da nossa vida com Deus ainda que essa verdade não nos pareça muito bonita ou não nos cause muito orgulho. A verdade é sempre superior à hipocrisia.

Deus tem sua maneira própria de tocar nos corações. Seus argumentos são profundos e insondáveis. Nós não alcançamos. Deus não precisa que viremos "propaganda de margarina" para que seu reino cresça. Não precisa que vivamos de aparência para "dar bom testemunho". O Evangelho É A VERDADE. E os judeus estavam vivendo uma verdade e dela não se esquivaram. E mesmo em meio a humilhação e pobreza o rei Dario pôde ver a presença de Deus sendo restaurada naquelas vidas e desejou agradar e adorar o Deus dos judeus.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Nada a ver com fé



Não me convenci da existência de Deus depois de ter sido convencida por uma teoria envolvente e irretorquível. Não resolvi acreditar em Deus por ter concluído que essa era a única forma de se explicar os mistérios da vida. A crença em Deus não veio para calar minhas interrogações  a respeito da natureza ou para me acalmar com relação ao medo da morte.  Não me tornei crente porque um dia me pus a pensar sobre a criação do universo e não tendo à mão uma teoria satisfatória, lancei mão da fé em Deus para não precisar me preocupar mais com o assunto. Não resolvi crer em Deus por achar que a vida é justa e que tudo faz sentido.  Não faz, pelo menos pra mim.  Creio em Deus por um único motivo: eu o percebo e não consigo ser indiferente a isso.


Estou certa de que os seres humanos têm “um sexto sentido” através do qual essas certezas fazem todo sentido. 

Acreditar no amor e na providência de Deus pode ser uma questão de fé, mas acreditar na existência de Deus,  não. Não é um caso de fé, mas de percepção. É como no daltonismo: ou você percebe ou você não percebe determinada cor. Eu não acredito que exista a cor verde: eu a percebo – embora saiba que muitas outras pessoas não a enxergam. Isso não tem nada a ver com caráter.  Tenho certeza de que existe um monte de gente melhor do que eu que não percebe o verde e um monte de outras pessoas também melhores do que eu que não percebem Deus.  Não se mede os seres humanos pela eficiência dos seus sentidos. Ninguém é melhor do que ninguém só porque tem um paladar mais apurado para diferenciar vinhos.

É assim, simplesmente assim, que entendo essa questão.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Desistências - II Crônicas 25:6-12


As vezes precisamos desistir de certos planos e de certas pessoas nas quais depositamos tanta expectativa. Pensávamos que seriam tão necessárias e por isso confiamos, delegamos, projetamos e nos afeiçoamos. Quantas vezes temos pena de desistir de coisas ou pessoas pela dificuldade em deixar para trás o muito que já investimos. Investimos dinheiro, tempo, energias emocionais... e não queremos "ficar no prejuízo".

Lembremos porém que Deus pode nos dar muito mais do que aquilo que achamos que estamos perdendo.  Existem "prejuízos" que só nos trarão lucro. E ao contrário, se insistirmos no que não nos edifica, amargaremos grandes prejuízos inevitavelmente.

Precisamos repensar o que significa para nós a palavra "perda".

domingo, 16 de novembro de 2014

Inabalável - Daniel 6:10

Ao saber da sentença que ameaçava sua vida, Daniel não se ajoelhou para fazer uma oração desesperada e aos gritos. Ele se ajoelhou para, como sempre, adorar ao Senhor e dar -lhe graças. Isso sim é ser inabalável.  Isso sim é ter fé e ser fiel. Será que não temos nada a aprender com esse episódio?

sábado, 15 de novembro de 2014

Poder & Simplicidade - 2 Crônicas 26:16


A história se repete: pedimos sempre tanto poder a Deus! Senhor, dá-me poder! Prosperidade! Sucesso! Unção!  Mas são raras as pessoas que podem suportar essas bênçãos sem corromperem o seu interior. Não nos referimos apenas a poder político ou dinheiro. O poder espiritual também pode envaidecer. A simples liderança dada a neófitos pode ser um laço para eles mesmos (Timóteo 3:6) . Por essas e por outras é que Deus nem sempre nos dá o que pedimos. Muitas vezes o que pedimos é justo e bom, mas nem sempre estamos preparados para receber. Tudo o que Deus faz, é por amor. E tudo o que Deus não faz, também é por amor.  Talvez a nossa vidinha pacata seja uma grande benção. A simplicidade protege.

sábado, 8 de novembro de 2014

Sangue



Muitos criticam a Bíblia por estar "cheia de sangue", inclusive com o registro de tantas guerras e cidades destruídas. Mas não é "a Bíblia que está cheia de sangue", mas o mundo todo, desde o tempo de Caim.  De qualquer modo é bom observar que todos os povos que os israelitas dizimaram tinham o costume, entre outros costumes horrorosos, de oferecer sacrifícios humanos aos seus deuses. Muitas crianças eram queimadas vivas em altares a deuses pagãos.  Deus decidiu extinguir esses povos para que tais costumes fossem extintos também.  Por algum motivo essas práticas tentavam os judeus. ao conviver com povos pagãos eles se sentiam tentados a adorar seus deuses e a praticar seus rituais. A convivência os levava a imitar esses e outros costumes igualmente abomináveis. Se tais povos não fossem extinto, provavelmente até hoje milhares de crianças continuariam a ser queimadas em rituais semelhantes.

(II Crônicas 28:3)

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Nosso Brasil



 Ó Senhor, Deus dos nossos antepassados! Tu és o Deus do céu e governas todas as nações do mundo. Tu és forte e poderoso, e ninguém pode resistir ao teu poder. Tu és o nosso Deus; expulsaste os moradores desta terra de diante do teu povo de Israel e deste a terra deles para sempre a nós, os descendentes de Abraão, teu amigo. O teu povo tem morado nesta terra, e aqui construímos um Templo em tua honra. Nós dissemos assim: “Se alguma desgraça cair sobre nós como castigo, seja guerra, ou doenças, ou falta de alimentos, então nos ajuntaremos em frente deste Templo, onde tu moras, e no nosso sofrimento clamaremos a ti pedindo socorro, e tu atenderás o nosso pedido.” II Cr. 20:6-9

Não estaria na hora de fazermos, pelo Brasil, o mesmo tipo de oração que vemos registrado aqui? Esse é o patriotismo útil, de quem não se limita a reclamar do país, mas intercede por ele.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O poder do louvor - 2 Crônicas 20:22



Já li muita coisa impressionante a respeito do poder do louvor. Não se trata de encará-lo como uma espécie de mágica. Tem gente que pensa assim mas não é nada disso.

É inegável que uma revolução acontece no mundo espiritual quando, por alguns momentos, rejeitamos olhar para os nossos próprios interesses, frustrações, sonhos e queixas para, simplesmente, louvamos e adoramos a Deus em espírito e em verdade. Louvar é erguer a cabeça, é elevar-se acima das coisas pequenas que nos cercam.

Nossa fixação nos problemas tem o estranho poder de nos "amarrar" a esses mesmos problemas. O louvor, no entanto, nos liberta da ditadura do problema. Desligar-se do mundo dessa forma é o primeiro passo para a vitória.

O louvor primeiro nos cura, nos liberta, e depois funciona como uma declaração de fé, tipo "sei que Deus está cuidando; não vou mais me estressar!" E depois disso tudo ainda há repercussão no mundo espiritual. Como uma das armas das trevas é justamente baixar nossa moral, minar nosso ânimo e nossa fé para então nos atacar, quando mantemos uma postura de louvor nós "quebramos as pernas" do Diabo. Nessa hora nos fortalecemos em Cristo de uma maneira ímpar.

A chave da vitória começa com o louvor.

sábado, 1 de novembro de 2014

Medo

Naquele mesmo domingo, à tarde, os discípulos de Jesus estavam reunidos de portas trancadas, com medo dos líderes judeus. Então Jesus chegou, ficou no meio deles e disse: — Que a paz esteja com vocês!  (João 20:19)


Medo é uma palavra muito marcante na vida dos cristãos. O medo marcou as perseguições, as fugas, as ameaças. Mas a ausência de medo em situações críticas também marcaram. Medo é uma coisa a respeito da qual sempre iremos refletir. 

Aqui o que me chamou a atenção foi o grande medo que os discípulos passaram a experimentar logo depois da morte de Jesus em contraposição à ausência total de medo logo depois do Pentecostes. Um imenso contraste com tão pouco tempo de diferença. Por quê?

Uma das evidências de que a pessoa está cheia do Espírito Santo é que ela é liberta das algemas do medo. Nesse episódio, logo após a morte e ressurreição, eles estão apavorados, com medo de terem o mesmo destino de Jesus. Mas poucos dias depois, logo após o Pentecostes, foram tomados por uma ousadia incrível. Nem as ameaças, as fogueiras, os leões, chicotadas e prisões, nada disso os deteve mais. Nada disso os manteve escondidos.

Hoje estamos vivendo uma época muito difícil. Olhamos para cima e vemos o céu ficando cinza, anunciando tempestades terríveis. Então ficamos com medo.  Como eles. Humanamente com medo. Compreensivelmente com medo. Mas acredito, do fundo do meu coração, que Deus não vai nos deixar passar pela tempestade sem o batismo de poder pelo qual os primeiros cristãos passaram. E vários outros cristãos, ao longo da história, passaram também. Quanto maior o perigo, maior a ousadia. Ninguém conseguiu parar aquele povo. É precisamente essa a experiência que eu quero viver. É essa a libertação que eu mais quero.





quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Do outro mundo



Acho que uma das maiores tentações da igreja é esquecer que não pertence a esse mundo. Estamos fisicamente aqui, somos afetados por tudo o que acontece de bom ou de mal. Nada mais natural do que nos esquecermos de nossa pátria não é aqui.   Mas se não estivermos sempre nos lembrando e estimulando mutuamente quanto a isso, acabaremos vivendo sobre a opressão do espírito que "agora atua sobre os filhos da desobediência". Nosso "castigo" por não mantermos o foco no reino de Deus é viver sobre a mesma angústia, opressão, ansiedade e ódio que os incrédulos vivem.  Pensando nisso resolvi colar abaixo uma pequena lista de textos bíblicos que servem para  "refrescar nossa memória" e trazer de volta nossa mente dispersa. 


 1- Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve. 1 João 4:5  -  O assunto das pessoas do mundo é falar somente e apenas das coisas que acontecem aqui, nesse chão. Eles não tem visão para mais nada, não tem esperança em uma vida futura. Será que deveríamos estar 100 ligados no que eles falam? Isso nos traria paz, alegria e esperança???

2- Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. Filipenses 4:8  -  Essa é a receita da paz e saúde emocional.  Claro que é impossível nos fecharmos completamente ao que acontece ao nosso redor. Mas há limites!!!   Não devemos nos deixar escravizar nem aceitar pacificamente o percentural de informação negativa que o diabo queira jogar sobre nós. É impossível viver bem se me entupo 24 horas por dia com más notícias, frases de ódio e malignidade. 

3- Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor;E não toqueis nada imundo,E eu vos receberei2 Coríntios 6:17 .

4- O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. João 10:10  -  Ladrão não é apenas quem rouba bens materiais. Há todo um sistema do mundo montado para roubar nossa paz, roubar nossa fé, roubar nossa alegria e harmonia familiar. Uma pessoa triste e deprimida tende a ser grosseira, sem paciência e amarga. E isso tudo resulta de estarmos o dia inteiro ligados não em Deus, mas nos interesses do príncipe desse mundo. Não deveríamos nos submeter tão pacificamente à lavagem cerebral proposta pelo mundo.  Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão. Gálatas 5:1.   Nossa mente deve estar cativa de Cristo, não do Maligno!

5- Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. João 18:36  -  Jesus disse que os mansos herdarão a terra. Mas isso não é agora. Vemos aqui Jesus dizer que  AGORA meu reino não é desse mundo. Por que deveríamos nos afligir tanto com coisas que não dizem respeito ao nosso futuro? Tudo aqui diz respeito apenas ao presente.


6-  Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também  esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.   Filipenses 3:18-21    .  Há uma maldição para aqueles que só pensam nas coisas terrenas: é a falta de paz, a falta de alegria. Devemos fugir disso, ou passaremos a vida comendo comida de porcos.

7 - Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Colossenses 3:2.   Não deixemos que o MUNDO determine como devemos nos sentir. 

Portanto não vos entristeçais; 
porque a alegria do Senhor é a vossa força.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Tempos de paz - II Crônicas 14:7

Asa disse ao povo de Judá:
— Enquanto não há perigo de guerra, vamos construir nas cidades muralhas, fortalezas e portões com trancas. Pois temos adorado o Senhor, nosso Deus, e temos procurado obedecer ao que ele manda. É por isso que ele nos tem deixado viver em paz com todos os povos vizinhos. Portanto, tudo isso foi construído, e houve progresso

Aqui neste mundo não podemos apostar em paz e tranquilidades eternas. Os tempos de paz devem ser usados estrategicamente. Não os desperdicemos.  Está tudo bem? Então prepare-se, previna-se, fortaleça-se.  Em tempo de fartura, prepare provisões. Está escrito que devemos andar não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo porque os dias são maus.

Que muralhas poderíamos construir em tempos de paz?

1-  Buscar uma linha de comunicação e intimidade clara com Deus HOJE. Muitos esperam a tormenta chegar e quando isso acontece descobrem que não tinham intimidade com Deus para lhes orientar no dia mau. Então vivem correndo de um lugar para outro, de um profeta para outro, de uma igreja para outra em busca de orientação porque não construíram esse canal com Deus em tempos de paz.

2-  Voce tem construído uma muralha de provisão financeira? Tem planejado seu futuro?

3-  Voce tem protegido seu corpo físico com as muralhas da boa alimentação, de uma vida de atividades físicas e cuidado com a saúde ou está esperando ficar doente para correr atrás de medicos e pedidos de oração? 


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Reorganização



Imagine um prédio muito, muito grande, lago e alto. Quem está perto não tem condições de imaginar como ele é mesmo. Não é possível ter uma ideia completa da sua arquitetura.  Para visualizá-lo e entendê-lo, a pessoa vai precisar se afastar bastante para enxergar o todo. De perto é impossível. De perto talvez o prédio pareça estranho, disforme, prestes a cair.

Assim são os caminhos de Deus. Para entender precisamos de um certo afastamento. Mas o afastamento de que precisamos para entender tudo se chama TEMPO. Talvez séculos ou milênios. Só que não temos esse tempo todo. Tudo o que vemos de perto é uma parede sem fim.

Em determinado momento da vida um acontecimento pode nos parecer tão estranho!  Há coisas tão tortas que resultam em bênçãos! Há coisas tão bonitas que só trazem tristezas! Não dá pra entender. Já passei mil vezes por isso. Tento interpretar o certo e o errado, em minha vida e na vida dos outros, mas geralmente erro feio e acabo confusa.

Ou cremos ou não cremos que Deus dirige nossas vidas. Sem fé é impossível digerirmos certos fatos.

Vindo, pois, Roboão a Jerusalém, reuniu, da casa de Judá e Benjamim, cento e oitenta mil escolhidos, destros na guerra, para pelejarem contra Israel, e para restituírem o reino a Roboão. Porém a palavra do Senhor veio a Semaías, homem de Deus, dizendo:
Fala a Roboão, filho de Salomão, rei de Judá, e a todo o Israel, em Judá e Benjamim, dizendo: Assim diz o Senhor: Não subireis, nem pelejareis contra os vossos irmãos; volte cada um à sua casa; porque de mim proveio isto. E ouviram as palavras do Senhor, e desistiram de ir contra Jeroboão. E Roboão habitou em Jerusalém; e para defesa, edificou cidades em Judá. Edificou, pois, a Belém, a Etã, e a Tecoa,E a Bete-Zur, a Socó, a  Adulão, e a Gate, a Maressa, a Zife, a Adoraim, a Laquis, e a Azeca, a Zorá, a Aijalom, e a Hebrom, que estavam em Judá e em Benjamim; cidades fortes. E fortificou estas fortalezas e pôs nelas capitàes, e armazéns de víveres, de azeite, e de vinho. E pôs em cada cidade paveses e lanças; fortificou-as grandemente; e Judá e Benjamim pertenceram-lhe.  Também os sacerdotes e os levitas, que havia em todo o Israel, se reuniram a ele de todos os seus termos. Porque os levitas deixaram os seus arrabaldes, e a sua possessão, e vieram a Judá e a Jerusalém, porque Jeroboão e seus filhos os lançaram fora para que não ministrassem ao Senhor. E ele constituiu para si sacerdotes, para os altos, para os demônios, e para os bezerros, que fizera. Depois desses também, de todas as tribos de Israel, os que deram o seu coração a buscarem ao Senhor Deus de Israel, vieram a Jerusalém, para oferecerem sacrifícios ao Senhor Deus de seus pais. Assim fortaleceram o reino de Judá e corroboraram a Roboão, filho de Salomão, por três anos; porque três anos andaram no caminho de Davi e Salomão...  2 Crônicas 11:1-22


No caso mencionado em II Crônicas 11, a divisão entre Israel e Judá, que foi desencadeada por uma grande tolice de Roboão, trouxe depois a Judá um novo tempo, um tempo de reorganização, reflexão e fortificação.

Não prego divisão. Mas afirmo que não temos capacidade para interpretar corretamente, na vida, o que é acontecimento bom ou acontecimento mal. Porque até o pecado, sendo um lixo, pode ser "reciclado". Não está escrito que Deus transforma a maldição em bênção? Aliás, sempre digo que na vida do servo do Senhor não existe nada que possa ser rotulado como "uma completa desgraça".

Precisamos acreditar que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que foram chamados segundo o seu propósito". Se não acreditarmos com sinceridade vamos continuar errando ao rotular todas as coisas com nossas etiquetinhas carnais.

NÃO FOMOS CHAMADOS PARA ENTENDER DEUS, MAS PARA CRERMOS NELE. Não fomos chamados para interpretar a vida, mas para vivê-la em fé.

A separação entre Israel e Judá tornou Judá mais forte - por incrível que pareça.   Judá era a menor parte do povo. A maioria foi embora.  Como explicar que o episódio tenha servido para tornar mais forte o Reino de Judá e por fim firmar o poder de Roboão, filho de Salomão, como rei durante os três anos em que ele seguiu o exemplo de Davi e de Salomão?

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Solidão




Jesus ficou sabendo que tinham expulsado o homem da sinagoga. Foi procurá-lo e, quando o encontrou, perguntou: — Você crê no Filho do Homem? João 9:35

Há experiências profundas com Deus que só os desprezados conhecem. 


Às vezes a gente pensa que para ter um encontro com Jesus precisamos necessariamente estar no meio da multidão atrás dele. Claro que muita coisa bonita acontece em meio à multidão. Milagres, coisas interessantes mesmo. A multiplicação dos pães, a transformação da água em vinho, a ressurreição de Lázaro... tudo no meio do povo. Mas notemos que o encontro com Jesus quando estamos sozinhos, longe dos olhos alheios, às vezes na dor, no desprezo e no medo, são esses encontros os mais autênticos, capazes de realmente mudar o rumo da nossa vida.

A transfiguração foi um acontecimento muito íntimo. Demorou muito para que Pedro, Tiago e João contassem aos outros o que aconteceu naquele dia. Quando Jesus se revelou à samaritana foi a sós com ela. Com Nicodemos...  e aqui nesse episódio também. Muitos dos que conheceram Jesus em meio à multidão o abandonaram depois. Foi uma experiência exterior. Ver maravilhas não é algo que aconteça dentro da gente. É coisa para os olhos, para o espanto, não necessariamente para o espírito. Não é incomum que essas coisas sejam depois questionadas ou esquecidas. Mas os acontecimentos solitários são muito profundos, marcantes, inesquecíveis.

Esse homem, que era aleijado, foi maravilhosamente curado por Jesus. Ótimo. Lindo. Mas ele nem sabia quem era Jesus ou o que significava aquele milagre. Ele só estava feliz e agradecido e ia tocar a vida em paz. Mas foi preciso que ele fosse expulso da sinagoga e se visse em solidão e desprezo para que o Mestre se revelasse a ele de forma completa. Antes apenas era o milagre; agora é o próprio Jesus. 

Jesus nunca fez campanha para juntar multidões. Nunca se esforçou para ser popular. Muito pelo contrário.  As pessoas o procuravam, o "perseguiam", queriam ver coisas. Mas que privilégio o desse homem! Não procurou, mas foi encontrado. A Palavra diz que Jesus foi procurá-lo!  E se revelou a ele. 

Às vezes pensamos que os solitários, os excluídos, estão perdendo a grande chance de conhecer Jesus. Perdendo os "melhores lances" dos milagres e dos discursos dele. Não é verdade. Jesus tem uma inclinação muito especial em ir buscar as pessoas que fora afastadas por incompreensão, por doença, por crime, por mágoa... Afastaram-se, mas não perderam a chance de ter a Vida. Muitas vezes esse afastamento é mais que necessário para que sejamos encontrados. Sim, Jesus costuma buscar as ovelhas perdidas.

Devemos buscar a Deus? Devemos. Mas quando estamos fracos demais, sem energia e confusos, é Ele quem nos busca e nos encontra.
Deus é amor.







segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Comparações - 2 Crônicas 14:5-6



No reinado de Asa, Deus abençoou o povo com paz. No reinado de Davi, Deus abençoou o povo com vitórias nas guerras. Muitas guerras. Não posso medir a minha vida pela vida do outro. As evidências da bênção de Deus na vida de uma pessoa podem ser muito diferentes das evidências das bênçãos de Deus na minha vida. Cada um tem a sua história com Deus. A uns, sucesso evidente; a outros, persistência e força sem limites.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Depois do fim


Não devemos ficar tristes quando não conseguimos fazer para Deus tudo aquilo que invencionávamos fazer. Quantos planos nós temos! Quanta vontade sincera! quanto esforço! 

Ele sabe disso. Ele sabe!

Entendamos que algumas obras são longas demais, não cabem em uma vida. Outras ainda requerem características de seus executores... que nós não temos! Paciência. Posso querer ser uma cantora de sucesso mas se sou muda isso não será possível. 

É verdade que Deus pode mudar quem eu sou e me transformar em outra pessoa com outras características e dons.  Pode, mas não vai fazer isso! Porque quando ele me fez como fez ele gostou do que fez. Eu sou uma boa ideia de Deus, e se não sou talhada para aquilo que quero fazer, talvez seja porque a obra de Deus para mim seja outra. Talvez eu apenas tenha que parar de querer ter a vida que os outros tiveram. 

Algumas vezes tudo o que nos cabe é criar a base para que o nosso sucessor faça o que não pudemos ou para que ele complete o que começamos.

A igreja é um corpo. Não adianta os braços quererem fazer tudo sozinhos. Há tarefas que só as pernas podem fazer, ou só os olhos, ou só as costas. E Deus não precisa transformar braços em olhos para completar o que ele quer. Na hora certa ele alterna as pessoas, os dons, as suas "ferramentas".  Alguns são ótimos para  implantar mas péssimos para gerenciar.  Então ele implanta mas Deus coloca outro em seu lugar para tocar a obra adiante. Eu já vi isso.

Porém o corpo é só um. Quando o corpo faz, devo me alegrar porque ainda que o trabalho não tenha sido feito diretamente por mim, certamente faço parte do corpo de executores.

Davi não se entristeceu quando Deus disse que ele não iria construir o templo. Deus tem lá seus motivos e, ao invés de discutir, Davi tomou providências para que nada faltasse àquele que iria fazer o que ele não pôde fazer.

Nossos descendentes são bênçãos. Serão eles, quem sabe, darão continuidade àquela obra da qual só conseguimos lançar os fundamentos.

E pensando bem... de certa forma Davi construiu o templo sim. Ele se alegrou pela fé no que haveria de vir da mesma maneira que Moisés se alegrou no alto do monte ao ver a campina do Jordão. Ou que Abraão se alegrou com sua incontável descendência quando tudo o que tinha consigo era um menino.

Não fomos chamados a nos alegrar apenas com aquilo que nossos olhos podem ver. O justo viverá pela fé. E pela fé nada do que fizermos estará incompleto. Sempre haverá uma continuidade, ainda que não a presenciemos.

A benção de ter descendentes e a mesma bênção de ter irmãos:  é que poderemos continuar mesmo depois do nosso fim.

Cristina Faraon

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Coragem





"Então Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze discípulos. Judas foi falar com os chefes dos sacerdotes e com os oficiais da guarda do Templo para combinar a maneira como ele ia lhes entregar Jesus. Eles ficaram muito contentes e prometeram dar dinheiro a ele. Judas aceitou e começou a procurar uma oportunidade para entregar Jesus a eles, sem que o povo ficasse sabendo". Lucas 22:3-4


Não acredito que por ter sido "cheio de Satanás" Judas tenha feito algo que jamais desejou fazer. Estou certa de que ele não foi forçado a nada. 

Essa situação é semelhante à bebida: ela só nos dá coragem de fazer aquilo que na verdade já queríamos fazer. A pessoa gesta o pecado e, quando o acalenta, está dando lugar ao diabo. Ele, por sua vez, tenta a pessoa e a enche de coragem para fazer aquilo que  ela na verdade já havia fantasiado no oculto da sua mente. Talvez  ela tenha recriminado a si própria. Talvez tenha sentido um certo remorso por se ver desejando aquilo, mas que desejou, desejou.

Pensando nisso acabei de lembrar de algo bem interessante: a Palavra de Deus nos diz que não devemos nos embriagar com o vinho, no qual existe discórdia, mas ao invés disso devemos nos ENCHER DO ESPÍRITO. 

Certamente o Espírito de Deus opera em nós a vontade de Deus. Mas só se nossa vontade for essa. Ele não nos obriga a nada. Ele não obrigou Pedro a se tornar um mártir. O próprio Pedro disse um dia, do fundo do seu coração, que seguiria Jesus até a morte e daria a sua vida por ele. Naquele momento ele não tinha condição nenhuma de fazer isso mas era verdadeiramente a sua vontade mais sincera. Um dia o Espírito o tornou capaz disso.

Se quisermos, se orarmos pedindo que Deus opere sua vontade em nós, passaremos a desejar ardentemente fazer a vontade de Deus. Só que essa vontade fica muitas vezes "encubada" , sem condições de vir à tona. Falta a coragem, como faltou a Pedro antes do Pentecostes. 

Se formos cheios do Espírito faremos todas aquelas coisas que são vontade de Deus e que sempre sonhamos em fazer mas nunca tivemos coragem. "Embriagados do Espírito" teremos a ousadia necessária. 

Mas qual é a nossa sincera vontade hoje? Há algo lá dentro que você quer fazer mas nunca teve a ousadia suficiente para pôr em prática? Encha-se do Espírito que a coragem vem. "É Deus quem opera em nós tanto o QUERER quando o REALIZAR, segundo a sua boa vontade."

Cristina Faraon

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ilusões


Ezequias respondeu: “ — Fazer a sombra avançar dez degraus é fácil! Eu quero é que ela volte dez degraus.” Então Isaías orou a Deus, o Senhor, e ele fez a sombra voltar dez degraus na escadaria feita pelo rei Acaz.”

Bem interessante perceber o tipo de prova que Ezequias fez com Deus. Como se para nós fosse possível adiantar as horas, mas retroceder não. Retroceder as horas é "coisa pra Deus". Ora, tanto uma coisa quanto outra são absolutamente impossíveis aos seres humanos.

Por causa desse tipo de raciocínio equivocado é que nós temos muita coragem para orar pela cura de uma dor de dente mas pensamos duas vezes antes de orar por uma cura de AIDS. Porque também pensamos que umas coisas dão mais trabalho a Deus do que outras. É fácil converter um religioso equivocado mas é difícil converter um ateu. Será? As duas coisas são absolutamente impossíveis aos homens. Pode ser mais fácil "vencer uma discussão" com um religioso do que com um ateu, mas uma coisa é verdade: vencer discussão não converte ninguém. Não quer dizer nada!

São muitas as nossas ilusões. Somos iludidos também quanto ao tempo. Ficamos horas tentando entender como é que Deus "já sabia isso ou aquilo" ou se ele teria "esquecido" dos nossos pecados cometidos há vinte anos atrás. Ora, quem está inserido no tempo somos nós! Nós, que estamos no planeta terra. O tempo não existe, é uma ficção. Para Deus tudo é presente!





terça-feira, 2 de setembro de 2014

O teste

  
Quando o fariseu viu isso, pensou assim: “Se este homem fosse, de fato, um profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida de pecado que ela leva.”  Jesus então disse ao fariseu: — Simão, tenho uma coisa para lhe dizer...” Lucas 7:39


Aparentemente Simão era um homem cuidadoso e sincero. Preferia analisar as coisas a se precipitar. Dentro dele havia uma inclinação e um medo; uma dúvida e um desejo.  Convidou Jesus para uma refeição – não para tenta-lo! Mas para entende-lo, conhece-lo melhor. Queria, sinceramente, saber se Jesus era mesmo o enviado de Deus ou não.  Só que para chegar a uma conclusão utilizou um parâmetro completamente equivocado. Pobre Simão... 

Parece-me que havia uma certa tristeza na frase de Simão. Ele tinha se animado com a ideia de que Jesus poderia ser, afinal de contas, o Messias. De repente, a decepção:  “Poxa, se ele fosse profeta saberia quem é essa mulher. Se ele não a rejeita é porque não sabe quem ela é e se não sabe, então não é profeta coisa nenhuma. Eu me enganei.”

Fico encantada com a sensibilidade atenciosa de Jesus. Um desapontamento desse em alguém sinceramente inclinado para o Bem não poderia ficar sem cuidado!  Jesus é tão maravilhoso, mas tão maravilhoso, que não pôde deixar uma pessoa sincera - embora equivocada - sem resposta. Ele então dirigiu-se especialmente e atenciosamente a Simão e lhe explicou algo importantíssimo: 

“Simão, tenho uma coisa para lhe dizer:
— Fale, Mestre! — respondeu Simão.
Jesus disse:
— Dois homens tinham uma dívida com um homem que costumava emprestar dinheiro. Um deles devia quinhentas moedas de prata, e o outro, cinquenta, 42mas nenhum dos dois podia pagar ao homem que havia emprestado. Então ele perdoou a dívida de cada um. Qual deles vai estimá-lo mais?
 — Eu acho que é aquele que foi mais perdoado! — respondeu Simão.
— Você está certo! — disse Jesus.
Então virou-se para a mulher e disse a Simão:
— Você está vendo esta mulher? Quando entrei, você não me ofereceu água para lavar os pés, porém ela os lavou com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me beijou quando cheguei; ela, porém, não para de beijar os meus pés desde que entrei. Você não pôs azeite perfumado na minha cabeça, porém ela derramou perfume nos meus pés. Eu afirmo a você, então, que o grande amor que ela mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde pouco é perdoado, pouco amor é mostrado.”

Agora sim Simão pôde entender o que estava acontecendo! 

Que maravilha! Quando Jesus encontra uma pessoa que realmente quer conhece-lo, que tem questionamentos não maliciosos mas sinceros, ele pára tudo para dar-lhe atenção. 

“Quem em ti confia não ficará confundido”.

Mas mais adiante, na mesma ocasião, vemos outras pessoas também com uma interrogação na cabeça:

“— Que homem é esse que até perdoa pecados?
 Mas Jesus disse à mulher:
— A sua fé salvou você. Vá em paz.”

Interessante: a estes Jesus ignorou. Eles foram embora com a mesma pergunta. Talvez tenham morrido sem uma resposta. Jesus não se dignou a lhes dar a mesma atenção que deu a Simão. Por quê? Certamente porque viu que não havia em seus corações um desejo sincero de entender os caminhos de Deus. Não havia devoção ou simplicidade. Queriam apenas criticar e apontar defeitos, então foram deixados de lado. É como disse o poeta Chico Buarque: 

"A vida passou na janela e só Carolina não viu..."

A Vida passou por eles mas eles nem perceberam!


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A cara das coisas


Será que de vez em quando fazemos uma revisão no "acervo" da nossa alma? Ou existem muitos sentimentos, impressões, planos e fantasias empoeiradas que jamais questionamos?

Se alguém tem dúvida sobre a verdadeira natureza do que guarda dentro de sim, se  aquilo pertence ou não ao reino da luz, a Bíblia propõe um teste interessante:

"E quando qualquer coisa é trazida para a luz, então a sua verdadeira natureza é revelada."  Efésios 5:13

Pensando bem, proponho que esse teste não seja feito apenas quando estamos em dúvida, mas sempre:

O que eu acho melhor não trazer para a luz? Quais meus pensamentos que não devem ser publicados nas redes sociais? Quais as minhas inclinações que não devem ser conhecidas pelos amigos e pelas pessoas que admiro? Que tipo de comentário só posso fazer para um grupo muito seleto de pessoas, para não "queimar meu filme"?

A Bíblia diz que tudo o que se revela é luz. Claro, porque as coisas boas nós temos orgulho e alegria de mostrar. Elas fazem muito bem à nossa imagem. Por outro lado se eu não me sinto a vontade para revelar, pode ser que eu esteja acalentando trevas dentro de mim.

Isso tudo parece muito obvio mas não é. Muitas coisas guardamos dentro de nós mas dizemos para nós mesmos que não há nada de errado com elas. Guardamos porque queremos, mas não seriam necessariamente erradas. Acontece que enquanto estão guardadas, nem nós mesmos atentamos para a sua verdadeira natureza. Até nós somos capazes de nos enganar.

"Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas."  João 3:20

É um caso a pensar...



segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O marketing "santo"

Não vejo com simpatia o uso da caridade como tática para conseguir novos adeptos.

Não lembro de Jesus ensinando aos seus discípulos nenhuma "tatica" para encher templos ou angariar adeptos.  Ele não deu dicas nesse sentido. Ele apenas amou e nos orientou a amar. E disse que se nos amássemos sinceramente todos saberiam que somos discípulos dele. E só.

Nós não sabemos amar. Precisamos aprender. Para isso temos que nos envolver profundamente com o próprio Cristo e precisamos também nos exercitar no bem. Esse exercício diário faz com que o amor brote e floresça. O amor verdadeiro atrai as pessoas porque todo mundo precisa muito de amor. Mas veja: isso nada tem a ver com tática para encher templos.

A prática da bondade, além de existir como um exercício espiritual, pode e deve ser feita também como ato devocional. Você pode dar uma esmola como oferta ao Senhor. Mas se você olha para outro ser humano e apenas enxerga "um a mais", está enganando a si mesmo. Isso não é prática de amor nem prática devocional. É marketing. Nesse caso suas obras são de palha. 

O amor atrai, é verdade. Mas isso deve ser consequência de uma verdade interior, ou de um exercício espiritual. Não pode existir como "isca". Iscas são mentiras que existem para atrair. Cristo é a verdade. O Diabo é o pai da mentira.

Jesus disse "eu vos farei pescadores de homens". Ele opera em nós a natureza dele mesmo. Ele nos leva a sermos melhor do que somos, mas não nos orienta a fingir que somos o que não somos. "Eu vos farei" é diferente de recebermos dele uma aula de teatro. 

Está escrito: "o amor seja não fingido". O amor, como prática, deve ser uma expressão natural e desinteressada do que você tem dentro do peito ou deve ser um exercício diário para que consigamos alcançá-lo. É um fim em si mesmo, jamais uma tática

Deus não quer marketeiros, mas filhos amados, que absorvam a natureza dele. Fica a pergunta: o que te move a fazer o bem? Tuas obras são de ouro? prata? feno? pedras preciosas? palha? Só permanecerá o que resistir ao fogo. 

 "... porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento edifica ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia de Cristo a declarará porque pelo fogo será descoberta e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele prejuízo; mas o tal será salvo, todavia como que pelo fogo" (1Cor. 3:10-15)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Persistência

A persistência está em nos mantermos no mesmo lugar quando temos certeza de que é ali que devemos estar; ainda que não entendamos o motivo ou que não tenhamos nenhum incentivo para ali permanecer. 

Somos profundamente tendentes a nos apegar a coisas, lugares, fetiches, Quando entendemos que precisamos nos manter em determinado lugar, passamos a acreditar que a bênção de Deus está no local em si. Não está. A bênção está na obediência. A bênção é persistir.  Deus não habita em coisas nem em templos feitos por mãos. 

Em João 5:7 vemos a história daquele homem que ficou anos e anos na beira de um tanque, o qual tinha a fama de milagroso, esperando que alguém o carregasse e o mergulhasse. Ele era persistente, queria ser curado, mas a bênção estava demorando demais!  Penso que essa história, que de fato aconteceu, também funciona como metáfora. A bênção está em manter-se firme, seja onde for. Foi a longa e paciente espera que atraiu Jesus até lá.

" — Senhor, eu não tenho ninguém para me pôr no tanque quando a água se mexe. Cada vez que eu tento entrar, outro doente entra antes de mim..."

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Vinho velho

"E ninguém quer vinho novo depois de beber vinho velho, pois diz: "o vinho velho é melhor". 
Lc 5:39

Somos irremediavelmente marcados pelas lembranças do passado. Elas nos moldam. O primeiro amor, o primeiro emprego, a primeira viagem sozinhos. Isso se aplica, claro, às experiências relacionadas à nossa espiritualidade. Quando somos marcados pelo "bom e velho Evangelho"  nenhuma novidade nos parece atraente.

Hoje não tenho sentindo falta nenhuma de novas "sacadas" dentro da Bíblia.   Tudo o que meu coração pede é que as velhas verdades, robustas e imutáveis,  continuem chegando a mim e jamais deixem de me parecer doces e cativantes.   Quero poder continuar ouvindo a mesma história que ouvi de meus pais quando eu era criança; a nesma história que mudou a perspectiva de vida do meu pai e que foi o consolo e esperança de toda a vida da minha mãe.

Aparentes novidades podem ser muito bem aceitas pelos mais jovens. Desisto de lutar contra elas.. Afinal está dito que o vinho novo se dá muito bem em odres novos. Mas já entendi que sou um odre velho. Não devo me forçar a suportar coisas que minha natureza não digere mais.  Nem me forçarei a ter uma elasticidade que meu corpo não suporta. Sou um odre velho,  estou feliz assim. Há lugar no Reino também para pessoas como eu.

Depois de provar o vinho velho, não tentem conquistar meu paladar  com o vinho novo. É inútil! Porque  vou sempre achar que o velho é muito melhor.

sábado, 2 de agosto de 2014

Inteireza

"Amazias fez o que é agradável a Deus, o Senhor, porém não foi tão correto como o seu antepassado, o rei Davi; pelo contrário, fez aquilo que o seu pai Joás havia feito. Ele não derrubou os lugares pagãos de adoração, e o povo continuou a oferecer sacrifícios e a queimar incenso nesses lugares". (2 Reis 14:3-4)

Semelhantemente a outros reis, Amazias foi fiel a Deus e isso ficou registrado como memorial. Mas como muitos outros reis também,  ele não foi até as últimas consequências em sua determinação de servir a Deus.

Amazias foi fiel na sua particularidade de vida, dentro do seu coração, na sua intimidade. Isso é muito bom e tem valor diante de Deus. Mas como seus antepassados, não fez nada para evitar que o povo pecasse. Preferiu não interferir, não  influenciar. Não advertiu o povo a respeito do risco de viver longe de Deus, de optar pela infidelidade. Sendo rei, e tendo autoridade como líder, Amazias nada fez para dificultar a prática da idolatria. Não usou da sua autoridade para exercer uma influência benéfica. Levou sua vida de fidelidade aparentemente solitária, sem se importar com os demais. 

A isso chamamos, atualmente, de INDIVIDUALISMO.  E essa atitude é mencionada na Bíblia como FALTA DE INTEIREZA. 

A dificuldade em se ver como parte de um povo, parte de uma nação, como um grupo ou como igreja. O esquecimento de que nossos destino é comum, e o mal que sobrevier ao nosso povo será também sofrido por nós.  Não vivemos em uma bolha.  

A insistência em viver um vida cristã eremita onde ninguém se importa com ninguém, apenas com sua própria espiritualidade, aponta para um coração compartimentado, onde nem tudo foi entregue no altar. Porque uma parte de nós é a nossa particularidade, mas outra parte de nós é o todo, é o sentimento de pertencimento. Se minha disposição ou percepção para ser "todo" está atrofiada, não estou servindo ao Senhor com inteireza.

Penso que se o individualismo fosse plano de Deus para nós, a Biblia não insistiria tanto na ideia de rebanho, de grupo, de "povo de Deus", nação santa. Não usaria figuras plurais. 

É verdade que Jesus buscava vez por outra a solitude, a calma do deserto e dos montes para orar e estar diante do Pai. Mas ele vivia em grupo, profundamente envolvido com as pessoas. Isso porque Jesus era inteiro para Deus. Tanto servia a Deus na sua individualidade quanto em sua sociabilidade.

Que reflitamos sobre isso e levemos a sério a nossa INTEIREZA.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Coisa mortífera


Nunca fez tanto sentido quanto agora o texto de Marcos 16:18: "e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum."

Esse texto sempre me intrigou, afinal de contas eu pensava:  quem vai ficar por aí "bebendo coisa mortífera"? E por que Deus protegeria esse maluco?  

Eu não sabia o quão profética era essa palavra. 

Hoje, aceitando ou não, com medo ou não, discordando ou não, somos obrigados a ingerir todos os dias "coisas mortíferas" na forma de agrotóxicos, conservantes, estabilizantes, espessastes, corantes, hormônios, remédios com efeitos colaterais terríveis, enlatados, transgênicos, refinados, vacinas estranhas, comidas artificiais etc.  Chegamos a um ponto onde é praticamente impossível não ingerir essas coisas. Podemos no máximo diminuir seu consumo mas não temos condição nenhuma de nos alimentar única e exclusivamente com coisas totalmente naturais e não manipuladas. 

Veja o link. Existem inúmeros outros que denunciam a situação.
http://stopmedicina.blogspot.com.br/2010/03/vacinas-perigos.html

Estamos vivendo nos dias de pedir proteção ao Senhor a respeito daquilo que colocamos dentro do nosso corpo. Estamos sim, todos os dias, "comendo coisas mortíferas", cancerígenas, degenerativas.  Que Deus tenha misericórdia de nós e cumpra a promessa expressa na sua Palavra.  Eu creio!